O segundo e último filho planejado para completar nossa
família. Uma família com padrão desejável com dois filhos, uma menina e um
menino. Poderíamos ir ao balé – atividade típica das meninas e também as aulas
de futebol – esta destinadas aos meninos. Não sabíamos, no entanto, que o futuro
nos aguardava!
Os primeiros dias de vida, a tranquilidade comum de nossos
filhotes, sono diurno, mamadas regulares e próximas e o cuidado e higiene comum
aos recém nascidos.
Aos quinze dias de vida aproximadamente a aparente
tranquilidade se transforma nos primeiros momentos de preocupação e investigações
de algumas anormalidades. O choro do garoto era demasiado, duravam horas ao
final da tarde. Refluxo? Cólicas? Intolerância Alimentar? Dores? Infecções?
Manha? Não tínhamos a resposta e ainda convivíamos com a reclamação infantil do
único modo que ele conseguia, o choro. Chegava a chorar por horas seguidas.
Os finais de tarde e parte das noites pareciam eternas. O
sono muitas vezes vinha acompanhado da exaustão dos pais, irmã e demais
cuidadores.
Por volta do quarto mês de vida um diagnóstico fechado com
celeridade. Graças aos médicos, exames e principalmente do direcionamento
divino. A partir daqueles dias tínhamos um garoto especial com diagnóstico de “Síndrome
de West”.
O chão nos faltava! As dúvidas eram imensas! Os questionamentos
enormes! A ansiedade tamanha! E a solidariedade constante!
Assim iniciaria uma verdadeira batalha no tratamento das
crises, na estimulação física e cognitiva e no cuidado constante daquele
pequeno garoto.
Hospitais, clínicas, laboratórios, centros de reabilitação
teriam nossa presença constante nos anos que se seguiriam.
A maioria das pessoas que nos circundavam se mostraram solícitas
e solidárias. Algumas com envolvimento direto, outras inúmeras indiretamente
serviam de apoio nesta batalha.
Bem, mas neste breve
relato não se esgotarão todas as histórias que ainda relatarei a respeito
daquele garotão especial, meu príncipe!
Foram um pouco menos de nove anos, pois o Senhor escolheu
levá-lo naquele final de feriado do dia 19 de junho passado. Assim encerraram
os dias escritos da história que o Papai do céu tinha para ele.
Cumpriu seu propósito! Ensinou a todos que o circundava a
sorrir apesar das dores, a louvar com os olhos, pois as palavras não lhe foram
permitidas, a acariciar e demonstrar amor mesmo com severas limitações físicas.
Assim neste dia que completaria mais um ano de seu
nascimento, contamos cinquenta e seis dias de sua morte. A saudade é
inevitável, presença quase constante em nossa vida. No entanto a gratidão por
ser escolhido para viver estes dias também é enorme. E como disse o poeta: “
começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor!” neste caso meu amor é você
Playboy, Príncipe, Garotão e Herói! Nosso Guerreiro Augusto.
Papai, 05 de setembro de 2014.
Que lindo! ��
ResponderExcluirAugustamente amado, cuidado e querido... Teve como batismo o nome supremo que definiu a quantidade de amor e dádivas... A gratidão do amor dado é recíproca... Ah... continuo amando vcs, mesmo a distância...
ResponderExcluirMuito lindo bj
ResponderExcluirSimplesmente... belas palavras!
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