Há nove anos nascia o Augusto!


O segundo e último filho planejado para completar nossa família. Uma família com padrão desejável com dois filhos, uma menina e um menino. Poderíamos ir ao balé – atividade típica das meninas e também as aulas de futebol – esta destinadas aos meninos. Não sabíamos, no entanto, que o futuro nos aguardava!

Os primeiros dias de vida, a tranquilidade comum de nossos filhotes, sono diurno, mamadas regulares e próximas e o cuidado e higiene comum aos recém nascidos.

Aos quinze dias de vida aproximadamente a aparente tranquilidade se transforma nos primeiros momentos de preocupação e investigações de algumas anormalidades. O choro do garoto era demasiado, duravam horas ao final da tarde. Refluxo? Cólicas? Intolerância Alimentar? Dores? Infecções? Manha? Não tínhamos a resposta e ainda convivíamos com a reclamação infantil do único modo que ele conseguia, o choro. Chegava a chorar por horas seguidas.

Os finais de tarde e parte das noites pareciam eternas. O sono muitas vezes vinha acompanhado da exaustão dos pais, irmã e demais cuidadores.

Por volta do quarto mês de vida um diagnóstico fechado com celeridade. Graças aos médicos, exames e principalmente do direcionamento divino. A partir daqueles dias tínhamos um garoto especial com diagnóstico de “Síndrome de West”.

O chão nos faltava! As dúvidas eram imensas! Os questionamentos enormes! A ansiedade tamanha! E a solidariedade constante!

Assim iniciaria uma verdadeira batalha no tratamento das crises, na estimulação física e cognitiva e no cuidado constante daquele pequeno garoto.

Hospitais, clínicas, laboratórios, centros de reabilitação teriam nossa presença constante nos anos que se seguiriam.

A maioria das pessoas que nos circundavam se mostraram solícitas e solidárias. Algumas com envolvimento direto, outras inúmeras indiretamente serviam de apoio nesta batalha.

Bem,  mas neste breve relato não se esgotarão todas as histórias que ainda relatarei a respeito daquele garotão especial, meu príncipe!

Foram um pouco menos de nove anos, pois o Senhor escolheu levá-lo naquele final de feriado do dia 19 de junho passado. Assim encerraram os dias escritos da história que o Papai do céu tinha para ele.

Cumpriu seu propósito! Ensinou a todos que o circundava a sorrir apesar das dores, a louvar com os olhos, pois as palavras não lhe foram permitidas, a acariciar e demonstrar amor mesmo com severas limitações físicas.

Assim neste dia que completaria mais um ano de seu nascimento, contamos cinquenta e seis dias de sua morte. A saudade é inevitável, presença quase constante em nossa vida. No entanto a gratidão por ser escolhido para viver estes dias também é enorme. E como disse o poeta: “ começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor!” neste caso meu amor é você Playboy, Príncipe, Garotão e Herói! Nosso Guerreiro Augusto.


Papai, 05 de setembro de 2014.

Comentários

  1. Augustamente amado, cuidado e querido... Teve como batismo o nome supremo que definiu a quantidade de amor e dádivas... A gratidão do amor dado é recíproca... Ah... continuo amando vcs, mesmo a distância...

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  2. Simplesmente... belas palavras!

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