Fachadas.


Quem nunca falou sobre um relacionamento de fachada? Ou por acaso não agiu pensando em manter a fachada? Por vezes nos acometemos por atos que visam a manutenção das aparências.
Estes últimos dias minha reflexão vai no sentido de questionar e verificar o quanto isso é ruim e desnecessário.
Meu pensamento não é fruto do acaso, e nem pretende ser a palavra final. Somente se trata de alguns flashes que me ocorreram em alguns momentos que passei.
Ela se sistematiza a partir de um momento, que perto de minha casa, nos arredores do meu bairro, passo em alguns estabelecimentos comerciais que por motivos diversos foram desativados. Frontliters, Totens, Fachadas nas marquises são retiradas junto com as marcas comerciais e industriais, deixando a mostra paredes rachadas, sem rebocos, mofadas e com pinturas danificadas.
Assim esta parte que fica visível, antes cobertas por lindas fachadas, mostram o quanto que a verdade por trás da aparência nem sempre é bela ou agradável de se ver.
Nosso comportamento também por vezes se mostra assim, sorrisos fartos, roupas belas e de visual interessante, mas dentro do nosso coração dúvidas, ansiedades e frustrações de comparam as paredes rachadas e pinturas mofadas nos espaços que referi anteriormente.
Minha luta e desejo a algum tempo é uma vida que não se paute pelas aparências, Não quero sorriso sem sinceridade e nem roupa para ocultar aquilo que feio que possuo. Desejo risos verdadeiros, fartos e constantes, também vestimentas bonitas que reflitam o interior tão belo e saudável quanto o que se vê por fora.
Espero que derrubemos as fachadas, quebremos paredes rachadas, limpemos o lodo e o mofo que corrói mentes e sentimentos e construamos, mesmo que com lutas e sofrimentos, espaços belos, alegres, limpos por fora – na fachada, e por dentro – nos espaços invisíveis, mas audíveis e sentidos.
Estou na tentativa de ser assim. Imperfeito, mas em busca da melhoria a cada dia.

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