Vendo...


Vendo, um pouco de indignação.

Vendo, pequenas quantidades de abandono.

Vendo, pessoas descartadas como papéis ao vento.


O que vejo não é belo nem agradável.

O que vejo é indesejável aos meus olhos.


Pessoas que vejo são peças, como se estivessem num mercado.

Postas a venda.

Vendem seus corpos

Vendem seus dias.

Vendem o que tem de bom.

Sobrando a elas mesmo, somente as sobras.

Ou seja, quase nada!


Gostaria que fosse ilusão!

Não que fossem iludidas

Gostaria que fosse um sonho!

Não assassinato de sonhos e desejos.


Vendo isso me entristeço.

Mas sigo adiante... distribuindo utopias.

Aqueles que quiserem que comprem...

Temos saco.

Então compre!!!

Porque senão uma hora, encho o saco e desisto.

Ai sairei, então partirei... para outro canto, para outro lado.

Será tarde.

Não terá tempo,

Não terá sorte,

Não terá gente,

Chegará quem sabe a morte.


Vejo, um saco, um corpo, um monte de músculos e ossos.

Pronto, agora, terra por cima e lembranças de quem fica.

E ainda assim vejo...

o restante do que veem aos meus olhos...

deixa para depois.


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