Muito se discute sobre a arte. Qual seria seu papel para nossa sociedade? Teriam função mesmo? Ou se trata de algo supérfluo para uma elite privilegiada ao seu acesso?
Novamente me debruço de frente ao meu PC para tentar escrever um pouco sobre este tema que tanto me intriga e mesmo que escreva um pequeno texto ou um grande livro não responderei por completo estes questionamentos.
Sem sombra de dúvida, o papel da arte passa pela forma de se expressar. Uma linguagem, assim como escrevemos um bilhete, criamos um outdoor ou telefonamos para um amigo, a arte teria uma desta função: transmitir uma mensagem. Desta forma não devemos encarar como algo estanque, presente somente nos museus ou galerias, mas algo que parte do homem, e está presente com ele onde ele está. Ouvimos falar muito de arte popular, de arte na rua, ou de arte ‘marginal’ e também de artesanato. Mesmo não concordando plenamente com os termos adotados vejo estas expressões como forma de comunicar. Então classifico como Arte, isso mesmo Arte com letras maiúsculas.
Quanto à função necessita toda comunicação ter função? Quando uma criança faz um desenho ou uma bordadeira cria uma linda peça para adornar uma cozinha, que pode nem ser a sua, estes os fazem com função específica? Ou partem simplesmente de um desejo ou necessidade de criar, de materializar uma ideia, pensamento ou esquema mental. Neste contexto a Arte não necessita sempre de uma função, de um fim específico. Mesmo que ao seu final se destine a algo.
Como artista, não crio algo que sirva para isto ou aquilo. Mas também não posso recriminar alguém que crie para servir algo. Como artistas temos que materializarmos sentimentos, emoções, racionalidade. Usando para tal ferramentas e materiais diversos que nos agrade e nos permita criar, pensar e transformar cores, formas e planos; linhas, agulhas e tramas; ou madeira e pregos em objetos carregados de significância.
Neste ponto julgo relevante que a arte estará onde o homem está. No look criado por um cabeleireiro do subúrbio, no grafite que adornam os muros da cidade, nas tramas e peças criadas por costureiras e bordadeiras, nas telas de Van Gogh tão admiradas e cobiçadas ao redor do mundo.
Assim não creio ser a arte algo supérfluo ou ligados à elite. É bem verdade que o acesso ainda é menor aquelas pessoas com menor poder aquisitivo. Mas isso tente a mudar, a partir do momento que: for oferecido a TODOS o acesso a materiais, tempo para produção e principalmente a reflexão que “obras de arte” podem ser criadas por todos. Todo Humano é capaz de produzir artisticamente falando.
É esta então minha defesa, é este então minha reflexão. A arte é capaz de levar o homem a pensar e a transmitir este pensamento de forma material. Este aspecto então nos diferencia de todos outros seres viventes.
Pense nisso, tente produzir algo que possa mostrar um pouco de você, não importe se é belo ou feio, ser terá função ou não, exercite sua criatividade. Desta forma verá que como é capaz de pensar também é capaz de ser um artista. Mesmo que sua ‘obra’ não for para um museu ou galeria, serviu para mostrar um pouquinho que seu ser para o outro, para se comunicar com o mundo com materiais diferentes que não seja a fala.
Fica assim meu desafio.
Pense! Reflita! Produza! Não se importe com a visão do outro.
Um abraço,
R.Júnior
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